Vais tentando.
Passo a passo vais percorrendo o teu trilho.
Vais contando os passos que dás.
Vais tentando caminhar na direcção do sol, mas a noite chega.
Sais de casa pois o ambiente está pesado e és invadida por pensamentos negativos. Aí, o ar fresco bate-te na cara trazendo pensamentos renovados.
Percorres o caminho habitual.
Já o percorreste de tantas formas… umas vezes triste, outras ansiosa, olhando para o relógio porque já vais atrasada, descontraída ouvindo as tuas músicas preferidas deixando até escapar um sorriso quando elas te fazem lembrar alguém especial.
Hoje percorres apenas sozinha tentando esvaziar a mente. Quando assim é, esse caminho parece não ter fim chegando até a parecer novo. Mas também não lhe dás muita importância pois vais concentrada a contar os passos enquanto pensas na forma de resolver aquilo que te preocupa, em como hás-de prosseguir, ponderando e repensando se estás a fazer a coisa correcta.
Dás a voltinha do costume, tomas o teu café no local habitual sob o olhar surpreendido do dono que te vê entrar sozinha, acontecimento não muito rotineiro. Pedes o teu café, sorrindo e serenando o homem. Aproveitas então para esquecer um pouco aquilo que trazes em pensamento enquanto dás duas de letra com ele no balcão e saboreias o teu café quente. Pagas e sais… hoje nem chegaste a sentar-te!
…
De regresso a casa, mais calma e sem respostas decides deixar-te guiar pelo destino. Esta é a única conclusão a que chegas. Não consegues controlar o que sentes nem tão pouco o que os outros fazem. Tropelias do destino que vai deixando subentendido que é nas mãos dele que o tua vida está.