domingo, 17 de fevereiro de 2008


Uma simples palavra no momento certo e um sorriso solta-se.
Impressionante como és capaz de provocar emoções e reacções sem que consiga, ou até mesmo queira, fazer algo para impedir.
No entanto, o tempo e as suas articulações e imprevisões não andam favoráveis.
Tu entras pelas traseiras para me surpreender e eu saio pela porta da frente para te procurar. Tu acordas quando eu adormeço. Tu sorris enquanto eu choro. E mesmo quando eu resolvo partir tudo ficas estático a olhar-me.
No entanto, hoje já mais calma, o tempo continua a não ajudar.
Enquanto eu olhava para esquerda, na esperança que o meu olhar alcançasse o teu, passavas calmamente para a direita. Quando me voltei, apenas a tua sombra era visível.
Não tive outro remédio se não resignar-me e esperar que da próxima vez que o teu sorriso brindar os meus olhos o tempo pare e eu me perca em ti, sem horas marcadas nem fins previstos.

2 comentários:

Anónimo disse...

Há um prenúncio FORTE
Lá do fundo de onde eu venho
Os antigos chamam-lhe renho
Novos ricos são má sorte

É a pronúncia do Norte
Os tontos chamam-lhe torpe

Hemisfério fraco outro forte
Meio-dia não sejas triste
A bússula não sei se existe
E o plano talvez aborte

Nem guerra, bairro ou corte
É a pronúncia do Norte

Não tenho barqueiro nem hei-de remar
Procuro caminhos novos para andar
Tolheste os ramos onde pousavam
Da Geada as pérolas as fontes secaram

Corre um rio para o mar
E há um prenúncioDE SORTE

E as teias que vidram nas janelas
esperam um barco pareceido com elas
Não tenho barqueiro nem hei-de remar
Procuro caminhos novos para andar

E É A PRONUNCIA DO NORTE
Corre um rio para o mar

Anónimo disse...

Então. Sempre ouvi dizer a vida a dois é um osso duro de roer
e de enterrar e esgravatar para cheirar e confirmar o lugar
o asilo o lar doce lar
excepção feita aos onanistas
só ligam ás fotos das revistas

Tu lavas eu limpo
tu sonhas eu durmo
tu branco e eu tinto
tu sabes eu invento
tu calas eu minto
arrumas e eu rego
retocas eu pinto
cozinhamos para três
tu mordes eu trinco
detestas eu gosto
magoas eu brinco

Criámos sob um tecto um monstro de mutismo
e o tédio escorre das paredes como num túmulo para alugar para habitar
inventamos maldades por puro exibicionismo
suportamo-nos apenas por diletantismo
discussões de mercearia
só apagamos a luz ao nascer dum novo dia